A romancista mineira Adélia Prado ganhou nesta quarta-feira (26) o Camões, um dos maiores prêmio de literatura da língua portuguesa, concedido pela Fundação Biblioteca Nacional (FBN)
A poeta, professora, filósofa e romancista mineira Adélia Prado é a vencedora da 36ª edição do Prêmio Camões. Essa é a mais importante distinção da literatura de língua portuguesa concedida a escritores pelo conjunto da obra. Os jurados Deonisio da Silva, Ranieri Ribas, Dionisio Bahule (Moçambique), Francisco Noa (Moçambique), Clara Crabbé Rocha (Portugal) e Isabel Cristina Mateus (Portugal) decidiram a premiação na manhã desta quarta-feira (26/6) de forma virtual.
O Prêmio Camões é uma parceria entre Brasil e Portugal para estimular os laços culturais entre as nações que integram a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e enaltecer a literatura da língua. O valor do prêmio, concedido pela Fundação Biblioteca Nacional (FBN), entidade vinculada ao Ministério da Cultura (MinC) e Governo de Portugal, é de 100 mil euros, um dos maiores do mundo da literatura.
Adélia tem 88 anos e mora em Divinópolis (MG), cidade em que nasceu. Poeta, professora, filósofa, romancista e contista, ela publicou “Bagagem”, seu primeiro livro, em 1976. Depois dele, mais de 20 obras se seguiram. Recentemente ela anunciou que, após 10 anos afastada da literatura, publica em 2024 “Jardim das oliveiras”, uma nova coletânea que deve sair pela editora Record.
Herdeira de Carlos Drummond de Andrade, Adélia foi premiada também com o Prêmio Jabuti de literatura com a obra O Coração Disparado, conferido pela Câmara Brasileira do Livro, em 1979. Na última quinta-feira (20), a Academia Brasileira de Letras já havia anunciado Adélia Prado como vencedora do prêmio Machado de Assis, um dos mais tradicionais do país, também entregue a escritores que se destacam pelo conjunto de sua obra.
O júri do Camões é formado por seis acadêmicos de Portugal, Brasil e Moçambique. Os professores Cleber Ranieri Ribas de Almeida (Universidade Federal do Piauí) e Deonísio da Silva (Universidade Federal de São Carlos) são os representantes brasileiros.
O Prêmio Camões foi instituído em 1988 e é entregue pela Fundação Biblioteca Nacional, do Brasil, e pela Secretaria de Cultura de Portugal. Ele já premiou autores como Chico Buarque, Lygia Fagundes Telles, Raduan Nassar, José Saramago, Agustina Bessa-Luís e Mia Couto. Em 2023, o prêmio foi para o português João Barrento.