Internado há mais de um ano no Rio de Janeiro, Evanildo faleceu nesta quinta (22) aos 97 anos
Morreu nesta quinta-feira (23) o educador e gramático pernambucano Evanildo Bechara. A Academia Brasileira de Letras (ABL) divulgou que o gramático estava internado no hospital Piaci em Botafogo, no Rio de Janeiro, e teve falência múltipla de órgãos. O velório de Bechara acontece nesta sexta (23), no Rio de Janeiro.
Ao longo de sua trajetória, Evanildo Bechara foi distinguido com as medalhas José de Anchieta e de Honra ao Mérito Educacional (da Secretaria de Educação e Cultura do Rio de Janeiro), e medalha Oskar Nobiling (da Sociedade Brasileira de Língua e Literatura). Em 2022, doou sua biblioteca de mais de 20 mil exemplares para o Real Gabinete Português de Leitura.
Considerado uma referência no estudo da língua portuguesa, escreveu, entre muitas obras, a Moderna gramática portuguesa (Nova Fronteira), lançada em 1961 e que conta com mais de 40 edições lançadas. Desde 2019, a editora Nova Fronteira tem reeditado os livros do filólogo.
Assumiu a cadeira de nº 33 da ABL no início dos anos 2000, sucedendo Afrânio Coutinho. Na mesma época, Evanildo também recebeu título de doutor honoris causa na Universidade de Coimbra. Era também membro correspondente da Academia das Ciências de Lisboa e da Academia Galega da Língua Portuguesa.
Em sua última entrevista para a imprensa, no jornal carioca O Globo, Evanildo resumiu sua contribuição para a língua: “Em primeiro lugar, foi a sistematização. Porque havia muita informação separada, mas não havia um trabalho de conjunto. Minha preocupação foi estabelecer um relacionamento entre a pesquisa científica e os resultados dessa pesquisa na orientação dos livros didáticos”, disse em 2023.
