Iniciativa de coletivos de escrita realiza a leitura de obras da literatura independente brasileira
Nesta quarta (1º de maio), no qual se comemora o dia da literatura brasileira, quatro coletivos de escrita vão promover o movimento #LerÉColetivo, colocando livros digitais em promoção ou acesso gratuito por 24 horas. O objetivo é promover o incentivo à leitura de livros nacionais de autoria independente. Serão disponibilizadas nos perfis de instagram de todos os coletivos organizadores as listas com nomes e links para os livros, que estarão no site da Amazon. Além do Coletivo Margem, os Coletivos Escreviventes, Escribas e Poexistência estarão juntando forças para promover a #LerÉColetivo nas redes.
Por mais que leitura e escrita pareçam atividades solitárias, elas se complementam construindo uma ponte entre quem escreve e quem lê. A pessoa que escreve precisa de quem leia sua obra, enquanto um texto, antes de ser lido, precisa ser escrito por alguém. A leitura e a escrita podem, no entanto, ir além dessa troca óbvia entre apenas duas pessoas para ganhar apoio de mais pessoas. Com crescimento impulsionado em grande parte com a chegada da pandemia e mantendo-se ativos até hoje, os coletivos de escrita têm a intenção de ajudar no desenvolvimento das habilidades literárias de integrantes.
Embora outros grupos com intenção semelhante existam talvez desde sempre, esse apoio de várias pessoas à criação literária individual se mostra ainda mais importante na contemporaneidade. Organizados muitas vezes virtualmente, os coletivos são também locais de troca de conhecimento sobre o mercado literário e um ambiente seguro para acolhimento e incentivo mútuo. “Escrever não precisa ser sempre uma atividade solitária”, defende Carla Guerson, coordenadora do Coletivo Escreviventes “pelo contrário, a escrita em coletivos só fortalece a literatura única que cada pessoa produz.”
Os coletivos de escrita são também um ambiente onde se desenvolvem coletivamente estratégias e alternativas para atender ou driblar as exigências do mercado literário tradicional. Uma dessas ideias que os coletivos debatem e constroem em comunidade é exatamente o caminho para chegar a leitores quando se escreve de forma independente, ou seja, sem o apoio inicial de uma editora.
Ler é coletivo
Foi dos esforços de desenvolver formas mais acessíveis e menos limitadas de promover a literatura independente que surgiu a proposta do #LerÉColetivo. “Se os nossos pequenos grupos já nos fortalecem, podemos chegar muito mais longe unindo a força de coletivos diferentes”, afirma Anna Carolina Ribeiro, organizadora do Coletivo Margem. “O evento foi pensado como um dia para angariar novos leitores e mais notoriedade para a escrita independente. Somos muitas pessoas escrevendo fora das editoras e também queremos nossas obras lidas”, continua.
O evento se inspira no #ExplodaSeuKindle, organizado pelo perfil Divulga Nacional, que conseguiu reunir mais de mil e-books nacionais em uma lista que reunia tanto livros gratuitos quanto livros em promoção. O #LerÉColetivo, no entanto, é um evento voltado para a literatura independente de pessoas que se organizam em coletivos e pretende ser mais do que só um dia de vendas e downloads, mas também mais um passo para que a literatura distante das editoras se torne mais conhecida, lida e comentada.
Confira os livros em promoção ou gratuitos nas redes e páginas dos coletivos: