Lilia Schwarcz é eleita imortal da Academia Brasileira de Letras

Historiadora e antropóloga vai assumir a cadeira de número 9 do órgão, antes ocupada por Alberto da Costa e Silva

A antropóloga e historiadora Lilia Schwarcz foi eleita para a Academia Brasileira de Letras (ABL) nesta quinta-feira, 7, e vai assumir a cadeira de número 9 do órgão, anteriormente ocupada pelo também historiador Alberto da Costa e Silva, morto em 2023. De acordo com a instituição, Lilia foi eleita com 24 dos 38 votos possíveis. Seu concorrente, o escritor Edgard Telles Ribeiro, teve 12 votos, e houve duas abstenções.

Nas redes sociais, a ABL descreveu sua nova ocupante como dona de uma trajetória acadêmica e intelectual “marcada por uma profunda dedicação ao estudo da cultura e da história do Brasil, com ênfase especial nas relações raciais, na identidade nacional e na memória coletiva.”

Em uma publicação no Instagram, Lilia se disse honrada com a eleição e discorreu sobre sua relação com Alberto da Costa e Silva, ex-ocupante de sua cadeira. Os dois haviam se conhecido em 1995, em uma recepção ao escritor José Saramago por ocasião do prêmio Camões, e o historiador virou uma espécie de mentor desde então. “Alberto virou meu conselheiro, meu braço direito e esquerdo, meu incentivador mais bondoso e também um crítico severo. Compartilhamos artigos, livros, coleções, entrevista e uma vida de trocas intelectuais e afetivas”, escreveu ela,  complementando que costumava falar com o seu antecessor toda semana e que o visitava com frequência. “Alberto era uma pessoa justa, bondosa, generosa, um intelectual de mão cheia. Espero honrar e seguir as diretrizes que ele deixou na ABL. Sinto tanta falta dele sempre, e ainda mais nesse dia. Mas me oriento pelas lições que ele deixou e assim sigo em frente”, finaliza o texto.

Nascida em São Paulo, em 1957, Lilia Katri Moritz Schwarcz se formou em história na USP, onde também concluiu um doutorado em antropologia social e hoje é professora titular. A imortal da academia das letras também é fundadora da editora Companhia das Letras, que criou junto com o marido, Luiz Schwarcz. Entre os livros escritos por ela destacam-se obras como Raça e Diversidade, Sobre o Autoritarismo Brasileiro: uma breve história de cinco séculos, As Barbas do Imperador, livro sobre a vida de Dom Pedro II que lhe rendeu um Prêmio Jabuti de Livro do Ano na categoria não-ficção, em 1999.

Filtro Categorias

Artigos relacionados

Conceição Evaristo é a primeira escritora negra a ter acervo no Museu de Literatura Brasileira

Conceição Evaristo é a primeira escritora negra a ter acervo no Museu de Literatura Brasileira

Escritora irlandesa Edna O’Brien morre aos 93 anos

Escritora irlandesa Edna O’Brien morre aos 93 anos

Carnaval 2025: Império de Casa Verde anuncia enredo sobre a literatura

Carnaval 2025: Império de Casa Verde anuncia enredo sobre a literatura

Conceição Evaristo vai doar itens de seu acervo à Fundação Casa de Rui Barbosa

Conceição Evaristo vai doar itens de seu acervo à Fundação Casa de Rui Barbosa

ABEU inicia campanha de doação de livros para bibliotecas gaúchas

ABEU inicia campanha de doação de livros para bibliotecas gaúchas

Exposição na Biblioteca Nacional celebra 500 anos de Camões

Exposição na Biblioteca Nacional celebra 500 anos de Camões