A literatura brasileira desfilou nos sambódromos no carnaval de 2024

Além de ‘Um Defeito de Cor’ na Portela, outras escolas de samba também se inspiraram em clássicos nacionais para compor seus sambas-enredo

O carnaval de 2024 marcou a exaltação da literatura nacional nos desfiles de suas escolas de samba mais tradicionais, tanto as do Rio de Janeiro quanto as de São Paulo. Isso mostra que o carnaval é mais do que uma festa de folia de diversão, mas um modo de exaltar as demais artes da cultura brasileira, como suas obras literárias.

A que mais se destacou foi a obra ‘Um Defeito de Cor’ de Ana Maria Gonçalves, que inspirou o sambas-enredo da Portela. Listamos as demais obras que também inspiraram as demais escolas de samba neste carnaval:

1 – Pauliceia Desvairada, Mário de Andrade – Mocidade Alegre (SP)

A campeã do Desfile de São Paulo se baseou na obra e na vida do escritor Mário de Andrade, principalmente nas suas viagens pelo Brasil, onde se destaca neste título.

2 – A Queda do Céu: palavras de um xamã yanomami, Davi Kopenawa e Bruce Alberts – Salgueiro (RJ)

Inspiração para o sambas-enredo “Hutukara”, a obra exalta a mitologia yanomami e a defesa da Amazônia.

3 – Meu Destino é Ser Onça, Alberto Mussa – Grande Rio (RJ)

“Nosso Destino é Ser Onça” leva no título a referência ao livro, a obra e o sambas-enredo retratam a luta de sobrevivência do mito tupinambá na conturbada história brasileira. Assim como ‘Um Defeito de Cor’, a obra também foi bastante procurada após o desfile do Salgueiro,

4 – Amoras, Emicida – União da Ilha do Governador (RJ)

Livro infantil escrito por um dos maiores nomes do rap nacional da atualidade, ‘Amoras’ fala sobre negritude, representatividade e preconceito. É uma mensagem para que crianças negras se reconheçam no mundo e se orgulhem do que são.

5 – Tempo de Caju, Socorro Acioli – Mocidade Independente de Padre Miguel (RJ)

‘Pede caju que dou… pé de caju que dá!’ exaltou não apenas o fruto que é o símbolo da tropicália e da brasilidade, como também faz alusão a obra que conta a história do curumim Porã, cuja aldeia tem a tradição de contar a idade de seus membros com castanhas de caju.

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