MC Laura Conceição e MC PretoVivo mesclam canto e poesia falada para abordar assuntos de suas vivências e cotidiano no dia 22, às 19h, e no dia 23, às 15h no Palco Elicer.

Do princípio ao fim, passando pelo meio, tudo é verbo para a poeta Laura Conceição. “O que me inspira é o meu cotidiano. É como se eu precisasse escrever para viver. É a melhor forma de me expressar. Se estou feliz ou triste, canalizo para os versos”, explica a artista de 26 anos, seis deles fazendo do verbo profissão. “Escrevo desde muito nova, na escola. Comecei no rap, fazendo shows. Em 2017 fui campeã de alguns Slams em Juiz de Fora, que me classificou para o campeonato estadual, que me levou para o nacional. Foi uma vitrine. Pela primeira vez levei minha arte para outros lugares”, narra ela, que naquele ano criou o projeto “Poesia na escola”, para estudantes da rede pública de ensino.

Graduada em jornalismo e publicidade e mestranda em Educação estudando o potencial educacional dos slams nas escolas, Laura Conceição é a atual representante de São Paulo no Slam BR – Campeonato Brasileiro de Poesia Falada. Nascida e criada em Juiz de Fora (MG), a poeta viaja o país fazendo palestra, poesia e música. Em 2019, lançou seu primeiro álbum, “Tempos efêmeros”, e, este ano, prepara-se para apresentar o segundo, “Espelho”, que marca uma nova fase em sua trajetória. “Faço mais poesias sobre amor, sobre filosofia. E minha militância está lá, faz parte do que sou, assim como o jogo de palavras e as linhas de soco (punch lines). Eu me expressar é o fundamental”, diz.

Em 2020 e no ano seguinte, Laura Conceição participou do projeto “Arte da Palavra”, do Sesc e, durante o período mais crítico da pandemia, participou das famosas lives das cantoras Teresa Cristina e Preta Ferreira. Laura faz poesia, escrita e cantada, improvisada e burilada. “A liberdade de estilo veio com o tempo”, afirma ela, certa de que de todos os verbos, um é o mais conjugado: luta. “Trago isso de casa. Meus pais são professores e a luta sempre esteve na minha casa. Entrou no meu texto como entrou na minha vida. Como mulher na sociedade, luto por igualdade, por oportunidade. Pela minha orientação sexual, também luto. Os versos incisivos vêm da minha existência, que sempre precisou ser resistência.